Realizado em Manaus (AM), o projeto “Floresta em Cores: arte inclusiva com pigmentos naturais da Amazônia” tem fortalecido a autoestima e o desenvolvimento emocional de estudantes neurodivergentes e com deficiência intelectual, por meio de pinturas inspiradas em cenários da floresta amazônica. A 2ª edição da iniciativa aconteceu, semana passada, na Escola Estadual Manoel Marçal de Araújo – Educação Especial, localizada no bairro Cachoeirinha, Zona Sul da capital.
O projeto é realizado pela artista visual Hadna Abreu, o músico e neuropsicopedagogo Abner Viana, e o produtor executivo Pablo Araújo. A expectativa, ao final do projeto, é beneficiar 100 estudantes, com idades entre sete e 16 anos, todos com algum grau de neurodivergência ou deficiência intelectual.
Hadna Abreu, responsável pelo desenvolvimento e condução das atividades, destaca o principal objetivo da iniciativa. “A proposta é unir arte, educação e natureza amazônica como caminhos para o desenvolvimento pessoal, emocional e social dos alunos, bem como incentivar e inspirar professores e coordenadores da comunidade”, explica.
O projeto realizará oficinas de pintura com tintas orgânicas não tóxicas, produzidas a partir de técnicas tradicionais como fervura, maceração e trituração de folhas, sementes, frutos e solos da floresta. Para tornar a paleta de cores ainda mais atrativa, haverá a ampliação da diversidade de pigmentos naturais e a incorporação de novos insumos amazônicos.
“Isso permitirá que os estudantes expressem suas percepções e se conectem com o ambiente de maneira sensível, com a linguagem poética e lúdica que a arte possibilita ao ser humano”, diz a educadora.

Acessibilidade e interação
A acessibilidade é um dos pilares do projeto. Cada atividade está sendo planejada para respeitar os diferentes ritmos e necessidades dos alunos, com adaptações em ferramentas, suportes e métodos de aplicação — sempre com o acompanhamento de professores e assistentes educacionais da escola. Conforme explica Hadna, essa abordagem garante que todos possam vivenciar a pintura de forma significativa e contempla a singularidade de cada participante.
“Acredito que a arte é uma ferramenta poderosa de expressão e pertencimento. Quando as crianças sentem de forma imersiva as plantas e as cores que pintam, elas passam a se reconhecer como parte daquele movimento. Isso fortalece não apenas sua confiança, mas também o senso de contemplação, curiosidade e ação”, finaliza Abreu.
Sobre o projeto
O projeto “Floresta em Cores: arte inclusiva com pigmentos naturais da Amazônia” é contemplado pelo Edital nº 002/2024, da Prefeitura Municipal de Manaus, com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), e tem parceria com o Instituto Federal do Amazonas (IFAM), por meio do Espaço Curupira, que busca promover a inclusão e acessibilidade para Pessoas com Deficiência (PcD).