Revista Manauara
Saúde

Fim de ano sem estresse: psicóloga ensina como desacelerar a partir de agora, para aproveitar a virada com qualidade

O calendário ainda marca outubro, mas o planejamento da reta final de 2025 já domina as rodas de conversa. Para evitar que a perspectiva de festas e compromissos se transforme em esgotamento, especialistas indicam um segredo: cuidar da saúde mental com antecedência.

A psicóloga Maria do Carmo Lopes orienta a desacelerar desde já, por meio de pausas intencionais, para garantir uma virada de ano mais leve e feliz. A especialista destaca que, cada vez mais cedo, as pessoas começam a se preocupar com o que precisa ser feito logo, para evitar o acúmulo de tarefas no final do ano, mas essa pressão acaba causando enorme estresse.

O período entre meados de outubro e dezembro, segundo ela, pode se tornar uma época de sobrecarga, devido à chamada “era da performance contínua”, em que a pressão por um balanço anual perfeito se soma às preocupações financeiras, à organização ou participação em festas de confraternização, além de viagens de férias em alguns casos.

Esse cenário eleva o risco de esgotamento físico e emocional, comprometendo uma fase que deveria ser de celebração. “Essa sobrecarga, sem o repouso adequado, é o caminho direto para o aumento dos níveis de estresse, ansiedade e a temida Síndrome de Burnout” (esgotamento profissional), alerta a psicóloga. Maria do Carmo Lopes ressalta que a falta de descanso afeta o humor, o sono e a motivação.

A receita para quebrar esse ciclo é mais simples do que parece: pausas estratégicas e o ócio positivo. Diferente da procrastinação que gera culpa, o relaxamento consciente funciona como um “reset” para o cérebro. “Ele permite consolidar memórias, regular emoções e abrir espaço para a criatividade, tornando-nos mais resilientes para aproveitar os bons momentos”, afirma.

“Uma pausa para um café ou uma breve caminhada não é perda de tempo. É uma forma de restaurar a energia, reativar a atenção e otimizar a capacidade de resolver problemas”, explica Maria do Carmo. Essas paradas previnem a fadiga e aumentam a qualidade das decisões e das interações.

Outro ponto fundamental é diferenciar o ócio positivo da procrastinação. “Muitas vezes, nos sentimos culpados por descansar, mas passamos horas em redes sociais adiando tarefas importantes”, pontua. “O ócio positivo é um descanso intencional, focado no bem-estar – como ler, ouvir música ou simplesmente não fazer nada. Já a procrastinação gera uma falsa sensação de produtividade que, no fim, resulta em mais ansiedade e culpa”, acrescenta a psicóloga.

Para proteger essa tranquilidade, também é fundamental reduzir estímulos externos, como o tempo em redes sociais, quebrando assim o ciclo de comparações e a falsa impressão de que todos os outros vivem um final de ano perfeito. “Ao valorizar o descanso como uma ferramenta ativa de saúde mental, é possível transformar a maratona de fim de ano em uma jornada mais tranquila e significativa, permitindo que corpo e mente se recuperem para começar o novo ano com energia renovada”, orienta.

Maria do Carmo Santos é psicóloga com vasta experiência em atendimento clínico. Ela realiza atendimentos individuais e em grupo em seu consultório, localizado na rua Nicolau da Silva, nº 25, bairro São Francisco.

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